tag:blogger.com,1999:blog-59622880156452307882024-03-12T21:25:36.885-03:00Cecilia MeirelesPoemas, poesias e pensamentos de Cecília Meireles.Unknownnoreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-45918579802079666722008-07-23T20:36:00.004-03:002008-12-09T05:48:05.065-02:00Frases de Cecília MeirelesoA arte de amar é a mesma de ser poeta.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih4hn3sHrapRg1Lblhs-QZFgE6FLM__-lhwIk1YB83lUQV-SFuD9iV3OeK6NtDH38z3HHTgePhmeQAvV8lQe-QB6Z2fRsAmQT-Qo8fty48d9ALjdDA1NpChBwjs3iShCTlDhJ2MTd2Q0ZF/s1600-h/cecilia-meireles.gif"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih4hn3sHrapRg1Lblhs-QZFgE6FLM__-lhwIk1YB83lUQV-SFuD9iV3OeK6NtDH38z3HHTgePhmeQAvV8lQe-QB6Z2fRsAmQT-Qo8fty48d9ALjdDA1NpChBwjs3iShCTlDhJ2MTd2Q0ZF/s320/cecilia-meireles.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5226359443265504178" border="0" /></a><br /><br />Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-29306146110741157822008-07-23T20:02:00.004-03:002008-07-23T21:26:49.449-03:00Frase e Poesia de Cecilia MeirelesPus-me a cantar minha pena com uma palavra tão doce, de maneira tão serena, que até Deus pensou que fosse felicidade - e não pena.<br />Anjos de lira dourada debruçaram-se da altura.<br />Não houve, no chão, criatura de que eu não fosse invejada, pela minha voz tão pura.<br />Acordei a quem dormia, fiz suspirarem defuntos.<br />Um arco-íris de alegria da minha boca se ergue apondo o sonho e a vida juntos.<br />O mistério do meu canto, Deus não soube, tu não viste.<br />Prodígio imenso do pranto: - todos perdidos de encanto, só eu morrendo de triste!<br />Por assim tão docemente meu mal transformar em verso, oxalá Deus não o ausente, para trazer o Universo de pólo a pólo contente!<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-80595013656389366722008-02-19T21:45:00.001-03:002008-07-23T20:53:14.172-03:00Ou Isto ou Aquilo - Cecília Meireles<object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/HBsZJI_2Ja0&rel=1"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/HBsZJI_2Ja0&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-49856498667660990152008-02-19T21:40:00.001-03:002008-07-23T20:54:16.190-03:00Elegia a uma pequena borboleta - Cecília Meireles<object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/tuYA8GM4NfI&rel=1"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/tuYA8GM4NfI&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-6191917752715071052008-02-19T21:37:00.001-03:002008-07-23T21:02:14.451-03:00Retrato - Cecilia Meireles<object height="355" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/hYEMQ0Gbe38&rel=1"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://www.youtube.com/v/hYEMQ0Gbe38&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" height="355" width="425"></embed></object><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-45516645915102332782008-02-08T02:21:00.002-02:002008-07-23T21:23:00.068-03:00Canteiros - Cecilia Meireles por Raimundo Fagner<object height="355" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/dIdeBBqnRnE&rel=1"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://www.youtube.com/v/dIdeBBqnRnE&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" height="355" width="425"></embed></object><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-2914435299659955832008-02-06T12:37:00.004-02:002008-07-23T21:36:25.055-03:00MÁQUINA BREVE - Cecilia Meireles<p><strong>Máquina breve</strong><br /> </p> <p>O pequeno vaga-lume<br /> com sua verde lanterna,<br /> que passava pela sombra<br /> inquietando a flor e a treva<br /> — meteoro da noite, humilde,<br /> dos horizontes da relva;<br /> o pequeno vaga-lume,<br /> queimada a sua lanterna,<br /> jaz carbonizado e triste<br /> e qualquer brisa o carrega:<br /> mortalha de exíguas franjas<br /> que foi seu corpo de festa.<br /> </p> <p>Parecia uma esmeralda<br /> e é um ponto negro na pedra.<br /> Foi luz alada, pequena<br /> estrela em rápida seta.<br /> Quebrou-se a máquina breve<br /> na precipitada queda.<br /> E o maior sábio do mundo<br /> sabe que não a conserta.</p><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-66275459678634449552008-02-06T12:37:00.003-02:002008-07-23T21:25:02.764-03:00TU TENS UM MEDO - Cecilia Meireles<p><strong>Tu Tens um Medo</strong></p> <p>Acabar.<br /> Não vês que acabas todo o dia.<br /> Que morres no amor.<br /> Na tristeza.<br /> Na dúvida.<br /> No desejo.<br /> Que te renovas todo dia.<br /> No amor.<br /> Na tristeza<br /> Na dúvida.<br /> No desejo.<br /> Que és sempre outro.<br /> Que és sempre o mesmo.<br /> Que morrerás por idades imensas.<br /> Até não teres medo de morrer.<br /> E então serás eterno.<br /> Não ames como os homens amam.<br /> Não ames com amor.<br /> Ama sem amor.<br /> Ama sem querer.<br /> Ama sem sentir.<br /> Ama como se fosses outro.<br /> Como se fosses amar.<br /> Sem esperar.<br /> Tão separado do que ama, em ti,<br /> Que não te inquiete<br /> Se o amor leva à felicidade,<br /> Se leva à morte,<br /> Se leva a algum destino.<br /> Se te leva.<br /> E se vai, ele mesmo...<br /> Não faças de ti<br /> Um sonho a realizar.<br /> Vai.<br /> Sem caminho marcado.<br /> Tu és o de todos os caminhos.<br /> Sê apenas uma presença.<br /> Invisível presença silenciosa.<br /> Todas as coisas esperam a luz,<br /> Sem dizerem que a esperam.<br /> Sem saberem que existe.<br /> Todas as coisas esperarão por ti,<br /> Sem te falarem.<br /> Sem lhes falares.<br /> Sê o que renuncia<br /> Altamente:<br /> Sem tristeza da tua renúncia!<br /> Sem orgulho da tua renúncia!<br /> Abre as tuas mãos sobre o infinito.<br /> E não deixes ficar de ti<br /> Nem esse último gesto!<br /> O que tu viste amargo,<br /> Doloroso,<br /> Difícil,<br /> O que tu viste inútil<br /> Foi o que viram os teus olhos<br /> Humanos,<br /> Esquecidos...<br /> Enganados...<br /> No momento da tua renúncia<br /> Estende sobre a vida<br /> Os teus olhos<br /> E tu verás o que vias:<br /> Mas tu verás melhor...<br /> ... E tudo que era efêmero<br /> se desfez.<br /> E ficaste só tu, que é eterno.</p><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-42734049672862303232008-02-06T12:36:00.005-02:002008-07-23T22:13:31.237-03:00DISCURSO - Cecilia Meireles<p><strong>Discurso</strong><br /> </p> <p>E aqui estou, cantando.</p> <p><br /> Um poeta é sempre irmão do vento e da água:<br /> deixa seu ritmo por onde passa.</p> <p><br /> Venho de longe e vou para longe:<br /> mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho<br /> e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes<br /> andaram.</p> <p><br /> Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,<br /> mas houve sempre muitas nuvens.<br /> E suicidaram-se os operários de Babel.</p> <p><br /> Pois aqui estou, cantando.</p> <p><br /> Se eu nem sei onde estou,<br /> como posso esperar que algum ouvido me escute?</p> <p><br /> Ah! Se eu nem sei quem sou,<br /> como posso esperar que venha alguém gostar de mim?</p> <p><strong></strong><i>Cecília Meireles</i> </p><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-86499221470109234142008-02-06T12:36:00.004-02:002008-07-23T22:11:26.030-03:00REINVENÇÃO - Cecilia Meireles<p><strong>Reinvenção</strong><br /> </p> <p>A vida só é possível<br /> reinventada.</p> <p>Anda o sol pelas campinas<br /> e passeia a mão dourada<br /> pelas águas, pelas folhas...<br /> Ah! tudo bolhas<br /> que vem de fundas piscinas<br /> de ilusionismo... — mais nada.</p> <p>Mas a vida, a vida, a vida,<br /> a vida só é possível<br /> reinventada.</p> <p>Vem a lua, vem, retira<br /> as algemas dos meus braços.<br /> Projeto-me por espaços<br /> cheios da tua Figura.<br /> Tudo mentira! Mentira<br /> da lua, na noite escura.</p> <p>Não te encontro, não te alcanço...<br /> Só — no tempo equilibrada,<br /> desprendo-me do balanço<br /> que além do tempo me leva.<br /> Só — na treva,<br /> fico: recebida e dada.</p> Porque a vida, a vida, a vida,<br /> a vida só é possível<br /> reinventada.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-85138539090558396012008-02-06T12:35:00.005-02:002008-07-23T22:51:50.877-03:00CANÇÃO - Cecilia Meireles<strong>Canção</strong> <p><br /> Pus o meu sonho num navio<br /> e o navio em cima do mar;<br /> - depois, abri o mar com as mãos,<br /> para o meu sonho naufragar</p> <p><br /> Minhas mãos ainda estão molhadas<br /> do azul das ondas entreabertas,<br /> e a cor que escorre de meus dedos<br /> colore as areias desertas.</p> <p><br /> O vento vem vindo de longe,<br /> a noite se curva de frio;<br /> debaixo da água vai morrendo<br /> meu sonho, dentro de um navio...</p> <p><br /> Chorarei quanto for preciso,<br /> para fazer com que o mar cresça,<br /> e o meu navio chegue ao fundo<br /> e o meu sonho desapareça.</p> <br /> Depois, tudo estará perfeito;<br /> praia lisa, águas ordenadas,<br /> meus olhos secos como pedras<br /> e as minhas duas mãos quebradas.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-45056946947461582432008-02-06T12:35:00.004-02:002008-07-23T22:49:58.548-03:004º MOTIVO DA ROSA - Cecilia Meireles<p><strong>4o. Motivo da rosa</strong></p> <p><br /> Não te aflijas com a pétala que voa:<br /> também é ser, deixar de ser assim.</p> <p><br /> Rosas verá, só de cinzas franzida,<br /> mortas, intactas pelo teu jardim.</p> <p><br /> Eu deixo aroma até nos meus espinhos<br /> ao longe, o vento vai falando de mim.</p> <br /> E por perder-me é que vão me lembrando,<br /> por desfolhar-me é que não tenho fim.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-35291552440786045862008-02-06T12:34:00.002-02:002008-07-23T22:52:32.184-03:00NOÇÕES - Cecilia Meireles<strong> Noções</strong><b><br /> <br /> </b>Entre mim e mim, há vastidões bastantes<br /> para a navegação dos meus desejos afligidos.<br /> <br /> Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.<br /> Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.<br /> <br /> Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,<br /> só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.<br /> <br /> Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a. <br /> Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,<br /> e este abandono para além da felicidade e da beleza.<br /> <br /> Ó meu Deus, isto é minha alma:<br /> qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,<br /> como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-6868566567464208242008-02-06T12:33:00.004-02:002008-07-23T22:54:30.501-03:00LEVEZA - Cecilia Meireles<b>Leveza</b><br /> <br /> Leve é o pássaro:<br /> e a sua sombra voante,<br /> mais leve.<br /> <br /> E a cascata aérea<br /> de sua garganta,<br /> mais leve.<br /> E o que lembra, ouvindo-se<br /> deslizar seu canto,<br /> mais leve.<br /> E o desejo rápido<br /> desse mais antigo instante,<br /> mais leve.<br /> E a fuga invisível<br /> do amargo passante,<br /> mais leve.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-25794219471160762782008-02-06T12:33:00.003-02:002008-07-23T22:53:18.492-03:00INSCRIÇÕES NA AREIA - Cecilia Meireles<b> Inscrição na Areia</b><br /> <br /> O meu amor não tem<br /> importância nenhuma.<br /> Não tem o peso nem<br /> de uma rosa de espuma!<br /> <br /> Desfolha-se por quem?<br /> Para quem se perfuma?<br /> <br /> O meu amor não tem<br /> importância nenhuma.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-79910220639007803332008-02-06T12:32:00.004-02:002008-07-23T22:56:04.722-03:00TIMIDEZ - Cecilia Meireles<strong> Timidez<br /> </strong><br /> Basta-me um pequeno gesto,<br /> feito de longe e de leve,<br /> para que venhas comigo<br /> e eu para sempre te leve...<br /> <br /> - mas só esse eu não farei.<br /> <br /> Uma palavra caída<br /> das montanhas dos instantes<br /> desmancha todos os mares<br /> e une as terras mais distantes...<br /> <br /> - palavra que não direi.<br /> <br /> Para que tu me adivinhes,<br /> entre os ventos taciturnos,<br /> apago meus pensamentos,<br /> ponho vestidos noturnos,<br /> <br /> - que amargamente inventei.<br /> <br /> E, enquanto não me descobres,<br /> os mundos vão navegando<br /> nos ares certos do tempo,<br /> até não se sabe quando...<br /> <br /> e um dia me acabarei.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-55674603129043325872008-02-06T12:32:00.003-02:002008-07-23T22:55:14.638-03:00PRIMEIRO MOTIVO DA ROSA - Cecilia Meireles<strong>Primeiro Motivo da Rosa<br /> </strong><br /> Vejo-te em seda e nácar,<br /> e tão de orvalho trêmula, que penso ver, efêmera,<br /> toda a Beleza em lágrimas<br /> por ser bela e ser frágil.<br /> <br /> Meus olhos te ofereço:<br /> espelho para face<br /> que terás, no meu verso,<br /> quando, depois que passes,<br /> jamais ninguém te esqueça.<br /> <br /> Então, de seda e nácar,<br /> toda de orvalho trêmula, serás eterna. E efêmero<br /> o rosto meu, nas lágrimas<br /> do teu orvalho... E frágil.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-81623417695213027322008-02-06T12:31:00.001-02:002008-07-23T22:56:44.991-03:00RETRATO - Cecilia Meireles<p><b>Retrato</b></p> <p> Eu não tinha este rosto de hoje,<br /> assim calmo, assim triste, assim magro,<br /> nem estes olhos tão vazios,<br /> nem o lábio amargo.<br /> <br /> Eu não tinha estas mãos sem força,<br /> tão paradas e frias e mortas;<br /> eu não tinha este coração<br /> que nem se mostra.<br /> <br /> Eu não dei por esta mudança,<br /> tão simples, tão certa, tão fácil:<br /> - Em que espelho ficou perdida a minha face? </p><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-36198172448844929522008-02-06T12:30:00.001-02:002008-07-23T22:57:31.818-03:00MOTIVO - Cecilia Meireles<b> Motivo</b><br /> <br /> Eu canto porque o instante existe<br /> e a minha vida está completa.<br /> Não sou alegre nem sou triste:<br /> sou poeta.<br /> <br /> Irmão das coisas fugidias,<br /> não sinto gozo nem tormento.<br /> Atravesso noites e dias<br /> no vento.<br /> <br /> Se desmorono ou se edifico,<br /> se permaneço ou me desfaço,<br /> - não sei, não sei. Não sei se fico<br /> ou passo.<br /> <br /> Sei que canto. E a canção é tudo.<br /> Tem sangue eterno a asa ritmada.<br /> E um dia sei que estarei mudo:<br /> - mais nada.<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-63115366319527971922008-01-31T14:00:00.003-02:002008-07-23T22:58:12.106-03:00Cecilia Meireles - Balada das dez bailarinas do cassinoDez bailarinas deslizam<br />por um chão de espelho.<br />Têm corpos egípcios com placas douradas,<br />pálpebras azuis e dedos vermelhos.<br />Levantam véus brancos, de ingênuos aromas,<br />e dobram amarelos joelhos.<br /><br /><br />Andam as dez bailarinas<br />sem voz, em redor das mesas.<br />Há mãos sobre facas, dentes sobre flores<br />e com os charutos toldam as luzes acesas.<br />Entre a música e a dança escorre<br />uma sedosa escada de vileza.<br /><br /><br />As dez bailarinas avançam<br />como gafanhotos perdidos.<br />Avançam, recuam, na sala compacta,<br />empurrando olhares e arranhando o ruído.<br />Tão nuas se sentem que já vão cobertas<br />de imaginários, chorosos vestidos.<br /><br /><br />A dez bailarinas escondem<br />nos cílios verdes as pupilas.<br />Em seus quadris fosforescentes,<br />passa uma faixa de morte tranqüila.<br />Como quem leva para a terra um filho morto,<br />levam seu próprio corpo, que baila e cintila.<br /><br /><br />Os homens gordos olham com um tédio enorme<br />as dez bailarinas tão frias.<br />Pobres serpentes sem luxúria,<br />que são crianças, durante o dia.<br />Dez anjos anêmicos, de axilas profundas,<br />embalsamados de melancolia.<br /><br /><br />Vão perpassando como dez múmias,<br />as bailarinas fatigadas.<br />Ramo de nardos inclinando flores<br />azuis, brancas, verdes, douradas.<br />Dez mães chorariam, se vissem<br />as bailarinas de mãos dadas.<br /><br /><br />(in Mar Absoluto e outros poemas: Retrato Natural. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1983.)<div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-81084172493618247852008-01-31T13:58:00.003-02:002008-08-26T13:13:45.101-03:00Depois do sol...<p align="left"><span style="font-size:85%;">Fez-se noite com tal mistério,<br /> Tão sem rumor, tão devagar,<br /> Que o crepúsculo é como um luar<br /> Iluminando um cemitério . . .<br /></span></p><p align="left"><span style="font-size:85%;">Tudo imóvel . . . Serenidades . . .<br /> Que tristeza, nos sonhos meus!<br /> E quanto choro e quanto adeus<br /> Neste mar de infelicidades!<br /></span></p><p align="left"><span style="font-size:85%;">Oh! Paisagens minhas de antanho . . .<br /> Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .<br /> — As nuvens passam desiguais,<br /> Com sonolência de rebanho . . .<br /></span></p><span style="font-size:85%;">Seres e coisas vão-se embora . . .<br /> E, na auréola triste do luar,<br /> Anda a lua, tão devagar,<br /> Que parece Nossa Senhora<br /> <br /> <br /> Pelos silêncios a sonhar . . .</span><br /><br /><br /><p align="center"><br /><a href="http://parceria.info" target=blank><strong>Parceria.info</strong></a><br /><br /><br /><font face="Arial, Helvetica" size="1"><a href="http://www.astrolabio.net/buscador" target="_blank"><img border="0" src="http://www.astrolabio.net/imagenes/horoscopo-juegos-casino.gif" width="120" height="60" alt="Buscador, horoscopo, juegos, casino"></a><br><a href="http://www.astrolabio.net">horoscopo</a> - <a href="http://www.astrolabio.net/casino">casino</a> - <a href="http://www.leotarot.com">tarot</a></font><br /><br /><br /><a href="http://www.delfingris.com">DelfinGris.com - Buscador y Directorio</a><br /><br /><br /><a href="http://www.glix.com.br">WWW.GLIX.COM.BR</a><br /><br /><br /><a href="http://diretorio.buscandotudo.com" target="_blank"><br /><img src="http://diretorio.buscandotudo.com/buscandotudo88x31.jpg" border="0" alt="Buscando TUDO" title="Buscando TUDO - Diretório de Sites"></a><br /><br /><br /><a href="http://cadastro-gratis.bhsite.com.br">Guia de Sites na Web - Cadastro Gratis</a><br /><br /><br /><a href="http://www.sites.com.pt" target="_blank">Sites.com.pt</a><br /><br /><br /><a href="http://www.portugal-global.com.pt" target="_blank">Portugal Global</a><br /><br /><br /><a href="http://cadastro-gratis.bhsite.com.br">Guia de Sites na Web - Cadastro Gratis</a><br /><br /><br /><a href="http://www.gobyus.eu/en" target="_blank">Web directory</a><br /><br /><br /><a href="http://www.big-directorio.com/literatura.php" target="_blank">Literatura en BIG-directorio</a><br /><br /><br /><a href="http://www.acheiaqui.com.br/" target="_blank">Achei Aqui!</a><br /><br /><br /><a href="http://directorio.esquillo.com/"><img src="http://directorio.esquillo.com/images/logo88x31.gif" alt="Site no Esquillo Directorio" title="Esquillo Directorio" border="0" /></a><br /><br /><br /><a href="http://www.portugalonline.com.pt/" target="_blank">Portugal OnLine!</a><br /><br /><br /><a href="http://www.sonda-web.110mb.com"><img src="http://i32.tinypic.com/33atf7a.jpg" border="0" alt="Sonda Web - a sua melhor selecção de sites" /></a> <br /><br /><br /><a href="http://www.amfibi.com/" target="_top"><img src="http://banners.amfibi.com/small/red.gif" border="0" alt="Amfibi Web Search & Directory"></a><br /><br /><div class="blogger-post-footer">Cecilia Meireles</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5962288015645230788.post-87890907801319935492008-01-01T15:19:00.000-02:002009-04-08T15:20:37.063-03:00Politica de Privacidade<h1>POLÍTICA DE PRIVACIDADE</h1><br /><p>Este site/blog respeita sua privacidade</p><br /><h2>Informações</h2><br /><ul><br /><li>Este site/blog não armazena qualquer informação pessoal de seus leitores como nome, endereço ou qualquer outro dado que possa identificá-lo fora da Web.</li><br /><li>O servidor deste site/blog armazena automaticamente o seu endereço IP, Browser, Sistema Operacional, o idioma, a data e a URL utilizada para navegação (Esse procedimento é padrão e todos os blogs e sites da Internet o fazem automaticamente para fins estatísticos)</li><br /></ul><br /><h2>Usos</h2><br /><ul><br /><li>Este site/blog não utiliza qualquer dado coletado para fins comerciais. 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